Autocuidados para vitiligo: conheça as melhores práticas
Entenda o que é vitiligo, os fatores que desencadeiam essa condição e conheça os tratamentos e cuidados para retardar ou interromper sua progressão.
Afetando cerca de 0,5% da população mundial, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estima que a prevalência do vitiligo no Brasil seja um pouco maior entre pessoas com pele morena ou negra, com 1,9% dos casos, em comparação com 1,2% entre pessoas brancas.
Embora pouco abordada, essa condição pode causar impacto psicológico significativo, levando à ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Por isso, aqui traremos as principais formas de lidar com essa doença crônica de pele.
O que é vitiligo?
O vitiligo é uma condição dermatológica crônica não contagiosa caracterizada por manchas brancas ou claras que ocorrem devido à diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis por produzir a melanina, pigmento que dá cor à pele, podendo se manifestar em qualquer idade, desde os primeiros meses de vida até a fase adulta, sendo a maioria dos casos antes dos 20 anos.
Essa é uma condição que pode ser classificada nos principais grupos abaixo, com base na distribuição das manchas e na evolução da doença:
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Vitiligo localizado
Pode se desenvolver rapidamente (semanas ou meses) e depois estabilizar, sem que novas manchas surjam.
Seus subtipos são:
- Focal: manchas em pequenas áreas, geralmente em extremidades, rosto ou tronco;
- Segmentar: manchas em uma ou duas áreas do corpo, geralmente em um lado, seguindo as áreas da pele inervadas por um único nervo.
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Vitiligo generalizado
Pode se desenvolver de forma lenta ou rápida, com períodos de estabilização ou piora.
Seus subtipos são:
- Vulgar: manchas simétricas em diversas áreas do corpo, comumente nas áreas expostas ao sol;
- Acrofacial: manchas principalmente em face e extremidades, podendo se estender para tronco;
- Universal: manchas que cobrem mais de 70% do corpo.
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Vitiligo misto
Combina as características do vitiligo localizado e generalizado, com manchas em áreas específicas do corpo e em outras áreas mais extensas.
O diagnóstico somente pode ser feito por um dermatologista que examinará cuidadosamente a pele do paciente em busca de manchas brancas ou claras características do vitiligo, levando em consideração o histórico médico, incluindo características e evolução das manchas, o histórico familiar e de exposição a fatores desencadeantes e, em alguns casos, a recomendação de exames adicionais, que podem incluir uma biópsia da pele para avaliar os melanócitos, exames de sangue para detectar autoanticorpos associados ao vitiligo, ou uma fototeste para avaliar a resposta da pele à luz ultravioleta.
O que causa vitiligo?
Embora as causas exatas do vitiligo ainda não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que seja uma doença que resulta da combinação de diversos fatores, como:
- Predisposição genética com um ou mais familiares com histórico da doença;
- Enfraquecimento do sistema imunológico, em que a produção de autoanticorpos agem contra os melanócitos;
- Desequilíbrios de hormônios como estrogênio, progesterona e hormônios da tireoide;
- Desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a capacidade antioxidante do organismo;
- Alterações na neuroquímica, incluindo a diminuição da produção de neurotransmissores;
- Exposição a produtos químicos, toxinas ambientais e radiação ultravioleta;
- Cortes, feridas ou outros traumas na pele, incluindo queimaduras;
- Estresse emocional, ansiedade e depressão.
Vitiligo é genético?
Estudos relatam que a predisposição genética explica até 60% dos casos de vitiligo. Apesar disso, esse não é um fator que determina sozinho o desenvolvimento da condição, já que essa é uma doença multifatorial que pode ser desencadeada também pela autoimunidade, estresse oxidativo, fatores ambientais e emocionais.
Vitiligo emocional
Ainda que não haja a relação exata entre o estado emocional e o vitiligo, situações de estresse intenso podem afetar o sistema imunológico, enfraquecendo-o. Como decorrência, pode desencadear ou agravar o vitiligo.
Sintomas de vitiligo
O principal sintoma do vitiligo é o surgimento de manchas brancas na pele, que pode ter um impacto emocional significativo devido ao estigma social associado às mudanças na aparência.
Além das manchas na pele, as áreas do cabelo afetadas pelo vitiligo podem perder a pigmentação, levando ao aparecimento de fios brancos ou mais claros que o restante.
Vitiligo coça?
Geralmente, as manchas de vitiligo são assintomáticas e não causam desconforto físico. No entanto, em alguns casos raros, pode haver coceira ou irritação na pele ao redor das áreas afetadas, devido à pele seca, sensibilidade a certos produtos ou substâncias, ou condições de pele coexistentes, como dermatite ou eczema.
Tratamento para vitiligo
Apesar de não ser uma doença grave em termos físicos, o vitiligo pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida da pessoa. Por isso, alguns métodos de tratamento estão disponíveis para controlar a doença e repigmentar as áreas afetadas.
Para avaliação e recomendação do melhor plano de tratamento para sua condição específica, consulte um dermatologista.
As principais opções de tratamento para o vitiligo incluem:
- Corticosteroides tópicos: cremes ou pomadas que podem ajudar a repigmentar a pele, especialmente em estágios iniciais do vitiligo;
- Imunomoduladores tópicos: medicamentos como tacrolimo e pimecrolimo que podem reduzir a inflamação e estimular a repigmentação da pele;
- Fototerapia PUVA (psoraleno e terapia de luz ultravioleta A): administração oral ou tópica de psoraleno seguida de exposição à luz ultravioleta A (UVA) que estimula a produção de melanina;
- Fototerapia UVB (terapia de luz ultravioleta B): exposição à luz ultravioleta B (UVB) que pode ajudar a repigmentar a pele afetada;
- Laser excimer: usa um laser excimer para focalizar áreas específicas, estimulando a repigmentação da pele;
- Corticosteroides orais: pode reduzir a inflamação e estimular a repigmentação da pele, em casos graves;
- Transplante de melanócitos autólogos: promove a repigmentação por meio de um processo em que os melanócitos são retirados de uma área saudável da pele e transplantados para as áreas afetadas pelo vitiligo;
- Despigmentação da pele: despigmentação das áreas de pele não afetadas para igualar o tom da pele, em casos avançados ou generalizados.
Vitiligo tem cura?
Devido à causa do vitiligo não ser totalmente compreendida, ainda não existe uma cura definitiva para essa condição.
Apesar disso, existem diversas opções de tratamento que retardam ou interrompem a progressão da doença, repigmentam as áreas afetadas, e melhoram a aparência da pele.
Autocuidados para vitiligo
Além do tratamento médico, algumas medidas podem ser tomadas no dia a dia para auxiliar no cuidado da pele com vitiligo e na melhora da qualidade de vida. São elas:
- Mantenha a pele hidratada para prevenir o ressecamento e a rachadura da pele que podem piorar as manchas;
- Evite lesões na pele, como cortes, arranhões ou queimaduras, pois isso pode desencadear o surgimento de novas manchas de vitiligo ou piorar as manchas existentes;
- Encontre maneiras de controlar o estresse, como exercícios, yoga ou meditação, já que o estresse emocional pode afetar a imunidade;
- Evite a exposição ao sol durante os horários de pico (entre 10h e 16h);
- Use protetor solar com amplo espectro e FPS 30 ou superior diariamente, especialmente nas áreas afetadas, já que a pele com vitiligo se torna mais vulnerável ao sol.
Como prevenir o vitiligo?
Embora existam formas de retardar ou interromper a progressão do vitiligo, por ser uma doença multifatorial, sem causa exata, não é possível prevenir seu aparecimento.
Vitiligo em criança
Devido ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento e a capacidade de regeneração da pele menos rápida, o vitiligo pode apresentar algumas diferenças em crianças quando comparado com adultos, como manchas mais localizadas e menos extensas que podem aumentar de tamanho ou aparecer em novas áreas em um curto período de tempo, e cabelos brancos precoces em sobrancelhas, cílios ou cabelo da cabeça.
Em todo caso, as medidas de cuidado mencionadas devem ser mantidas, incluindo o uso diário da proteção solar.
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